sexta-feira, 12 de junho de 2009

Alcance vagaroso, pensamento tenebroso, lembrança estúpida, queda – súbita !!!

1º degrau, ainda se tratava de um ser humano, ainda se apressava algum sentimento, ainda se media o que bastou de um fomento, as minhas características já não mais me pertenciam, só você estava reluzente, pelos dias que sobreviviam, transportei o gasto, remendei o caro, superlativou-se, este é o momento ...

13º degrau, qual a dúvida que nunca sobrepos uma certeza, qual certeza que nunca se indagou um pouco confusa, que pergunta nunca se calou pra aceitar a minuta, que assinatura nunca apelou por estar no verso, a assinatura logo abaixo, ignora a linha, a sua companhia tão instável, preferiu a minha sozinha, e teimoso eu percorro, até que se definha...

25º degrau, se o mundo só morre, quando perde-se toda esperança, se a inocência ainda retorna, pra quem desistiu de ser criança, o alimento ainda brota, da semente que ainda se solta, das alegrias que ainda se joga, o ar que emito na sua intenção, seu olhar que interpõe, vem pra minha vibração, do que me importa a verdade absoluta, eu só quero agora, que você pronuncie “sua”, e me dê a mão, pois a nossa próxima parada, vai além da lua ...

37º degrau, se a palavra não finda no verbo, como saber que o que se espera, se acerta, se não for a palavra exata, é melhor não ser palavra nenhuma, da minha assadura, já chorei os dias, das minhas frieiras, já escutei ironias, e só você brinca, com esta unha encravada, conhece este cabelo tosco, de uma manhã mal levantada, mas os nossos pensamentos nos traíram, cometemos talvez algo pior que o adultério, e mesmo assim, acho que posso dizer algo, para reaver este privilégio ...

51º degrau, e aqueles dias que foram tão queridos, e eu nem me achava tão sábio, o comportamento que pra tantos foi ridículo, e é o legado que a gente deixou pra todos, algo fantástico, o sorriso que se escondia sob a almofada, aquela sobremesa doce, a cadeira de balanço, a sobra da salada, fazia tudo junto, fazia quase nada, lançava o olhar pro mundo, “olha aquela senhora”, “o que tem ela”, “que engraçada” ...

73º degrau, derepente a gente não mais se olhou, numa hora normal como essas, simplesmente não fez sentido porque tudo isso tanto significou, não era você que eu tinha no meu passado, não era eu nem o embrulho do seu presente, de um plano para o futuro, talvez fosse a prestação não paga, os juros que correm soltos, uma cilada, e começou a ficar melhor aquela cadeira no fundo, aquele estranho sortudo, que te olhava e dizia, “pode sentar, não tá guardada”

89º degrau, do que adianta então, não quero ser santificado, só quero ter alguém do lado, só quero você, e nosso abraço apertado, esse olho marítimo, de um céu nada nublado, essa sintonia absurda, de quem enxerga além do atravessado, afinal de contas, eu só te amo, porra, e só não quero ser mais ignorado, não quero saber quem de nós foi mais injustiçado, só quero agora perdoar a vida, e deixar que ela se resigne, nos libertando desses quartos diferentes, quartos tão fechados.

101º degrau, eu sempre achei que ano ímpar não dá sorte, ano par, pelo visto, menos ainda, por que sendo paixão tudo tem que ser incerto, por que sendo amor é melhor ter um livro aberto, por que entre tantos possíveis, eu fui logo cair no seu, eu fui logo ser tão complexo, por que depois de tantos passos, fui logo encontrar este papel, por que com tantas coisas ainda não ditas, você preferiu se cobrir sob o véu ....

“não seria correto querer começar esta história, apague literalmente qualquer coisa que tenha alojado enquanto memória, você quer tanta coisa da vida, que não vou fazer diferença na sua vitória, e não me faça falar mais tão difícil ou bonito, entenda de uma vez por todas, porra, eu fui embora...”

o tempo nunca foi tão certeiro, a fecha nem precisou de um arqueiro, um segundo foi até muito para devolver a razão, a descida de elevador levou minutos, que ignorou o que sente o coração, e esse dia tão ordinário, ainda me força sucumbir, tamanha emoção !!!

9 comentários:

@JayWaider disse...

Oi tudo bem amninho?
Bom vc passou uma unica vez no ká entre nós. Mas viemos te deixar um abraço e um beijo nesse dia lindo.

Cris Rubi disse...

Ola querido, belo blog.
tenha um otimo final de semana
beijo

Inez disse...

Nossa onde você buscou tanta inspiração e criatividade? Adorei.

Anônimo disse...

Pô, bem legal!!
Belo blog também :)
Abração do Saci :D

Kenia Santos disse...

Estou tentando descobrir como vc encontrou os meus blogs...

Gostei muito dos seus degraus, em especial o 25º e o 51º - quanto mais alto a gente sobe, maiores as chances de cair de verdade, de se machucar feio, não é mesmo?! Eu queria sair do chão vez em quando, mas tenho medo de altura. O medo que me paralisa é o mesmo que me protege.

Obrigada pela visita, pelas palavras lindas e sábias - acordar hoje e ver seus comentários já fez valer o dia. Beijo carinhoso com doçura. Se cuida.

G I L B E R T O disse...

Mano

Passando para deixar um abraço!

Sejas feliz e continue postando pra gente!

Abraços!

Lelli Ramz disse...

PARA TEMPOS, ELEVADORES, PARTIDAS E CHEGADAS, PERCAS E FINS...

INCRIVEL

LELLI

Diego Janjão disse...

Caramba...
muito legal a sua história,e que tenha continuação...

e essa figura parece simbolos de alquimia...

Legal

Anônimo disse...

Querido amigo avassalador...
Gostei do formato que deu ao seu texto... em alguns momento, me senti relendo Dante ( calma, menos, muito menos... quase nada)...
De modo geral, adorei o conjunto da obra!