sexta-feira, 28 de novembro de 2008

paralelo, ao menos ...pensamento, irradiar o que me compete

..Respirar ... como se qualquer outro infinitivo, fosse singular, como se nenhuma outra justificativa, pudesse encontrar, como se os segredos não existissem, e assim, nada haveria para revelar, como se o notório fosse cru, porém belo, para que todos em volta, soubessem saborear, e é assim, sem maiores pretensões, que a primeira vida, ousa te começar ...
Identificar ... para que os dias se tornem um pouco mais do que um tempo para se esperar, para que as coisas adquiram significados, e não apenas nomes, para engaiolar, para que os gritos, não sejam só por socorros, para que o esporro, não seja violento, num gesto ciumento e simples, você apenas localiza, se estabelece, um lugar ...e assim fica pronta a segunda vida ....para contemplar.
Querer ... como se o mundo, fosse apenas começar, como se as necessidades, fossem vontades à desejar, como se o escuro falasse, sem a luz, para escutar, numa contraposição fajuta, num brilho incolor, sem água pra regar, algumas cores para alegrar, e assim conduzir, para a terceira vida, florear ...
Conhecer ... pois nesses dias difíceis, o que vale é não se comprometer, passar como quem não quer nada, e mesmo assim, se resolver, olhar para todos os cantos, e em cada curva, desfazer, brincar sem apetite para muito, deixar a cabeça quente, e nas glórias eventuais, estremecer, pois alguns riscos podem ser fatais, e justamente nesses, que você faz por merecer ...cuidado com esta fase turbulenta, pois para a quarta vida, você vai se render ...
Possuir ... chega uma hora que as coisas não bastam, você se interrompe, e assim quer escolher, plantar uma erva daninha, beber deste líquido, e relutar por vencer, alguns já estão circunscritos, nem tudo está óbvio, é preciso aprender, ao bater de asas de um pequeno beija flor, o abraço da planta, é o que resta para opor, de um lado ou de outro, as pessoas te julgam, não adianta esquecer, alguns mãos acariciam os tapas, afagam as fraturas, a quinta vida, ela veio te ver ...
Sofrer ... pois as flores soltam seus espinhos, não só tempestades, olha a chuva de granizo, as descidas são ladeiras responsáveis, alguns becos miseráveis, momentos sem sentidos, dores que assolam sem gritos, emudecem nas noites, jogam malabarismos, num corcel pintado de cinza, você xinga o abandono, segue o imprevisto, talvez isso fosse consolo, isso fosse disposto, isso fosse preciso, é assim que a sexta vida desencanta, chega, nem arranha, e fere, qualquer inimigo, mesmo que você desacompanhe, sem medo do enxame, me desculpe, meu querido ...
Sentir ...transmuta por onde você passou, o que acha que alcançou, talvez uns lamentos amigos, os remédios das posses invejosas, das glórias orgulhosas, dos beijos destemidos, o frio que seca no inferno, o calor dos estranhos, nem tudo é tão belo, algumas coisas compensam as outras, aniquilam as próximas, derrubam as terceiras ... as pessoas se jogam inteiras, consideram primeiras, empurram, qualquer tarde traiçoeira ...a sétima vida te aterrisa, nem sequer te valoriza, acabou o tempo, te finaliza ...
.... não sou gato pra querer só sete vidas, respirar o que alucina, identificar o que abomina, querer o recado da bina, conhecer só o que você ensina, possuir, dois pares que nem sequer combina, sofrer, o câncer da misteriosa surdina, sentir, achando que tudo, se cura com anestesia ... e é assim que a vida eu vou continuar, entrar no tempo de sonhar, enfrentar o caminhar, se for o caso, apanhar, sorrir só pra disfarçar, nada de terminar, e é assim que eu vou conseguir, princípios construir, madeira levantar, viver será intransitivo novo, conjugação perfeita, para quem quiser amar !!!
... e é assim, só assim, que a eternidade da vida, te permite concretizar !!!

9 comentários:

Lena disse...

Eu quero uma vida dessas... mas devo estar na sexta, por ora...

Marco Yamamoto disse...

Eu também acho que estou na sexta vida... risos

Bonita analogia com os gatos e com a evolução do espírito.

abraços

Anônimo disse...

Belo texto, mas eu acho que muito de nós fazemos isso né. Sempre digo que tudo depende de nós. Tudo. Se eu começa a falar aqui, será muito grande, mas para termos uma vida como queremos, tudo depende de nós, do que fazemos.

Marcelo disse...

Concordo com os demais comentários, eu também quero um vida dessas. Não sei se estou na sexta, mas realmente quero um vida diferente rs O assunto que esse tema gera é amplo, pra discutir isso tudo eu preciso de mais uma vida.

Parabéns pelo blog.

http://papodomarcelo.blogspot.com/

Elvis disse...

Eu acho que como todos que comentaram,estou na sexta vida.
ótimo texto!
muito bom!

DuDu Magalhães disse...

Eu nem sei em que vida estou... nem se estou vivo!

Cadinho RoCo disse...

A vida oferece mais permissões do que podemos imaginar.
Cadinho RoCo

Anônimo disse...

Execelente texto com primorosa exposição das tramas psicológicas e questões que fomentam. Deveria torná-la uma crônica publicada em antologia. Se interessar, faço parte do projeto "Nova Coletânea" que edita novos autores. É um projeto de cooperação de autores. Qualquer coisa, estou no e-mail: brunoteenager@gmail.com

Anônimo disse...

Taí um texto inteligente e um blog original. Aqui uma crônica de teor psicológico, levando-nos a uma reflexão sobre a relatividade das coisas. Deveria tentar publicar seus textos. Se interessar estamos montando um projeto de uma antologia para 2009. Nós, um grupo de escritores, vamos editá-lo pela "Nova Coletânea". Se interessar, acesse o e-mail: brunoteenager@gmail.com