terça-feira, 10 de novembro de 2009
Quadriculando o desejo, potencializando, um quarto de ensejo !!!
Não sei se vem de um sábio provérbio, não sei se desdobra de um velho ditado, são quatro pedras que se lançam intactas e bem presentes, desfrutando de sabores bem mais que consequentes, talvez oriundo de alguma suposição infeliz, pense na expressão exata, antes de sentir o que se diz. Se a verdade reinasse absoluta, teríamos sempre um império de vantagens, se os caminhos se cruzassem com frequência, aproveitaríamos muito das viagens, usufruiríamos com muito mais excelência, conseguiríamos mais passagem, ocuparíamos outros lugares, sem precisar pagar hospedagem.
Quem na vida nunca cortou corações, chorou lágrimas das mais perversas situações, encantou-se com bobagens e besteiras soltando risadas aos turbilhões, mas os olhos sabem ao certo e ao seco, o peito respira intenso impondo algum respeito, os braços expressam cores, os sons dos pés calçados, na terra firme, no corpo suado, a palpitação que acelera, o cérebro está atado, o caule na superfície da pele, a flor submersa se insere, tudo que vai surgindo, todos como que se unindo, e a chave alternando no quarto, apenas quatro, e o resto pouco estabiliza.
Felicidade, tristeza, prazer e amor, sim, isso, apenas isso, nada daquilo, nem tem porque algum outro, as emoções que nos regem, os calafrios que se estabelecem, as quatro estações, os pontos cardeais, as rodas de um carro, as folhas de um trevo, os cantos de um campo, vários ângulos, tantos anseios, ladeira abaixo, quebrando os freios, nisso estão os tropeços, quedas, vitórias, mais que régias, os quatro elementos, acima do que se precisa como sustento, todas as outras classificações apenas para ramificar, desdobrar, considerar a ausência ou o exagero destes, mas na suma, no frigir dos ovos, no real conteúdo, na bendita hora do vamos ver, é apenas isso que vivemos, nisso que nos prendemos, nessa cela, nenhum pentágono.
Basta você perceber bem sua circunstância, o perfil do sabor rotineiro que você se encaixa, a solvência de uma substância latente que te toma e você exala, seu corpo pode reter cinco sentidos, seu espírito ter o sexto, a vida sete dessas, e os números serem infinitos, mas na fusão do destino com o acaso, do sentir sendo resquício ou abusado, você pode almejar as milhares sensações, mas harmonizando projeções, nos definiremos apenas em quatro.
Lembre tudo o que já viveu, e ainda lhe resta a viver, saiba como chegou aqui, e por que ainda merece algum ser, descobrirá algumas certezas que não foram construídas, mentiras que são realidades, calúnias que cometeu por vontade, buracos que sugaram possibilidades, atravessou as idades, compartilhou afinidades, mas daquilo que sinceramente sentiu e ficou, de tão simples e ingênuo, serão apenas quatro verdades: poderá ser FELIZ quando sacudir e engolir a própria poeira, abandonando tudo que te protegia, gozando do alto PRAZER quando cometer o pior engano, não saber ao certo onde está, e ser acusado de insano, mas saiba que haverá a TRISTEZA, quando enxergar que todos os sonhos e expectativas não passaram de um plano, e a vida poderá te surpreender ou não, te matando aos poucos na dúvida, pois o AMOR, nunca saberá quem, nunca saberá onde, nunca saberá quando, talvez se guardando, talvez muito agindo, talvez não errando, se preserve, ou se entregue, um dia ele vem, um dia ela volta, e se um dia isso passa ? até no seu último gerúndio, se ainda estiver suspirando, se no fim houver uma graça.
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