quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

...porque de fato o ano é novo !!!


Chega o tempo de considerar algumas coisas em vão, de encarar infelizmente o que foi ilusão, de abrir a mão, desejar aquilo que não conhece o coração, de festejar em excessos uma falsa celebração, alguns repartem o pão, outros deitam antes da escuridão, aguardando um novo tempo que nunca chega com o amanhecer do dia, que o momento não assimila, e só aumenta a aflição ...
Não há forças ou barreiras que impeçam a continuação, a vida em abundância não é só força de expressão, gritar todos os ventos, sorrir para os tropeços, chorar das recordações, gargalhar as enganações, sofrer sem fundamentos, alegrar-se neste e em todos os tempos, fazer acontecer, antes que aconteçam com você, estar no controle, entendendo um pouco da direção para crescer ...
segue essa virada, manobra essa cilada, não vai rolar a história encantada, enxergue de frente, a parte que já foi contada, e tome posse adiante, das únicas verdades, que devem ser comemoradas ...
esqueça as características, as justificativas, os motivos, parte do que foi fácil, e a parte que foi difícil, a parte que você tem agora, ainda não é nada, e espera a sua vontade, pare ser definido
não sei como será o começo, muito menos o desenrolar, mas quando tudo isto acabar, que o seu ano novo esteje seco, raquítico, oprimido, nada puro, corrompido, completo, em devaneios ... perdido, porque você estará encontrado, cheio, notável, esclarecido, terá sugado tudo quanto foi possível do ano que por agora ainda está novo, e no final, estará te transferindo, pois uma vida que sempre tem o que efetivar, é a única vida que sempre merece um ano, para recomeçar ...
que você tenha mais do que um feliz ano novo, que você tenha realmente um novo ano, para ser feliz !!!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O final requer brinde, o recomeço, requer você !!!


Um fio de cabelo branco, assim mesmo, na mesma intensidade com que a força bateu em retirada, sem muitos dizeres, sem ser escoltada, perambulando como quem busca uma saída antes da entrada, sonolenta, como quem apenas súplica um descanso, uma noite deitada ...
Estrelas que orbitam pelo espaço populoso, um engano inútil, nenhum rei majestoso, criadagem que aceitou a imposição absurda da vida, surtida de um efeito escrupuloso, os dias não passaram em branco, foram sujos, por quem achou que ganharia a vantagem em ser mentiroso, escondendo os segredos dos outros, revelando aos mesmos, abraçando sufocos ...
Desespero que impera qualquer tom de partida, qualquer erro doloso, alguma menina sabida, são as simplicidades que não me foram servidas, adivinhei na barriga, sem grito perigoso, me abandone se não for até o fim, se não souber algo de mim, se a minha capacidade não quiser ser assim, como aqueles que acreditam para ver, crêem para enxergar, sabem como é bom caminhar, compreenderam, que não adianta aguardar pra melhorar...
Tento disfarçar esse doce amargo, esse brilho opaco, esse preto incolor, tento rir dessa graça imprevista, dessa vista maldita, desse mal sem dor, levando os dias com o rei na barriga, a rainha escondida, o intestino solto ... preso com as réstias da noiva do mar, faltando um pé pra alcançar, sem cadeado no calabouço ...
Esses dias repousam pesados, essas mãos dormem em minha face, essa história fragmentou o meu desejo, esse ano me desafiou no desembaraço...
Remei como quem quis chegar em algum lugar, cheguei como quem fingia saber estar, estive com aqueles que cativaram e não souberam esperar, chorei sozinho, porque ainda haviam aqueles que sempre me aguardaram para amar ...
Amei, com a força que se retirou inicialmente, para em algum momento, poder vencer, venci, pois aquele que atravessa essa ponte, ignorando o horizonte, sobrevivi ao perceber, e segui, porque as conquistas podem não ser muitas, as pessoas podem não ser queridas, as magias podem ser realistas, mas o futuro é um presente obrigatório.
Me obriguei a chegar até aqui, agradeci pelo tempo que vivi, descasquei essas feridas expostas, histórias formosas, surpresas impulsivas
Só quero dizer mesmo que nem tudo valeu a pena, que a alma pode sim ser pequena, que algumas coisas vão ter que ser consideradas, mesmo sendo ferrenhas, e na amargura adocicada, alguns sorrisos perdidos em ciladas, algumas notas saídas do verso, algumas coisas baseadas no nada, de que num tempo qualquer, ainda pode dar certo ...
Estou aqui apesar da nossa sina, o olhar que alucina, o horror que abomina, o sofrimento que me insisti para acalmar, chegar e querer parar, parar para cansar de esperar, esperar que você me entenda, que ao passar adiante, me força a querer não ficar distante, estar contigo, é a única coisa edificante ...
Termino sem muito sucesso, encerro sem nenhum fracasso, com certeza um pouco feliz, mais certeza ainda, um tanto cansado ...